segunda-feira, 20 de julho de 2015

amores e desordem

É um conflito.

Baseei meus atos durantes meses em dores passadas, culpei o outro por algo que ele já tinha tirado das costas. Acredito que seja uma ação natural.

Nos últimos dias muita coisa mudou dentro de mim, e como numa tentativa desesperada de recuperar parte do que eu fui, eu pensei que mudar o cabelo talvez me incentivasse a mudar de pensamento e de vida. Ainda que pareça babaca, me ajudou, como sempre havia ajudado.

Não é fácil, pra ninguém. Mas, especialmente pra mim. Lutar contra algo que você quer (ou não) é complicado. A vida exige uma maturidade nesse momentos, que eu claramente não tenho. Ou, talvez tenha mais do que achei ter.

Eu já tive muitos relacionamentos. Aos 12 anos eu conheci um menino chamado Vitor no Orkut, tudo porque eu queria  me inserir num grupo, o qual eu claramente não tinha idade e maturidade para participar. No entanto, me inserir num grupo de amigos aos poucos, que até hoje fazem parte da minha vida.
O Vitor foi minha primeira experiência de paixão real e palpável. Mas, eramos pequenos o suficiente para acreditar que uma distancia de um ônibus era demais para nos conhecermos. Foi então, que conheci o Flávio.
Na verdade, ele já fazia parte de minha rotina escolar, mas como bom repetente diminuía os mais novos e inexperientes.
O rapaz de cabelos grandes, quase sempre de touca ou boné, eventualmente com maquiagem nos olhos, de inicio namorou minha melhor amiga. Mas, aos 13 anos, a gente não tinha problemas com nada.
Mais tarde, ele virou meu namorado. Namoro que durou 3 meses e rendeu uma briga com o Vitor.
Aos 14, namorei o tal do Vitor, também por três meses. Quando acabou, sofri como se fosse morrer. Chorei, rolei e jurei que nunca iria me recuperar.
Minhas amigas precisaram me resgatar, muitas vezes eu causava machucados fisicos em mim, numa tentativa de chamar atenção.

Era janeiro de 2011. Eu estava no final do meu período de luto pelo Vitor. As horas que passávamos no telefone me faziam muita falta. Minhas amigas me convenceram a sair de casa, ir ao shopping, onde todas as sextas-feiras acontecia um encontro do nosso grupo.
Ele tava lá, era o mais cobiçado. Aparentemente todas as garotas queriam os olhos verdes dele e o cabelo jogado pro lado. Naquele momento, ele me parecia o Fiuk e eu, gostava do Fiuk.
A gente bebeu, ignorando o fato de sermos menores de idade e totalmente inconsequentes. Logo minha boca estava na dele, num acontecimento histórico e inesperado, quase tanto quanto vergonhoso pelas minhas reações de histeria diante dele.

Dali, saiu um namoro que entre trancos e barrancos se segurou até  outubro de 2013. Ao lado dele eu cresci, virei mulher. Deixei de lado os moletons e adotei uma delicadeza,  que vez por outra não condizia com minha forma de falar ou me mover. Nesse meio tempo, os cabelos davam espaço as minhas emoções. A cada briga ou tentativa de separação do casal, minha cor mudava.

Era outubro, ele leu. Eu tava encantada por alguém, que mais tarde mostraria que merecia tamanho carinho. Decidiu me deixar e eu senti que nunca mais conseguiria levantar da cama. Ele fora meu primeiro namorado sério, ele havia passado quase três anos ao meu lado e agora, como eu poderia proceder? A dor foi intensa, mas deu lugar a paixão.

Não demorou para que eu, como boa ariana, permitisse que meu coração se enchesse de novos ares. Jhonatan, um moço bonzinho em novembro, que me proporcionou boas risadas e momentos, mas também não ultrapassou a maldita marca dos três meses.

Em abril ele voltou, voltou porque nos amavamos e não poderiamos viver um sem o outro. Mas, sabiamos que era um erro. Não havia futuro, ainda que nós desejássemos, faziamos mal um para o outro, a vida não estava preparada pra nós. E, então, ele conheceu outra pessoa.

Foi dificil, eu tive que queimar tudo ao lado da minha fiel e maluca amiga. Foi em outubro do ano passado que conheci um carioca.

E ele agora esmurra as paredes do meu coração na tentativa de ficar. Mas, eu sei. Durante os sete meses que ele ficou por aqui, as coisas desabaram.
Ainda me lembro, com lágrimas nos olhos de como me enchi de uma esperança verdadeira ao vê-lo ao meu lado na cama pela primeira vez.
Ainda que existe afeto, a vida não pôde esperar.

Meu cabelo tem outra cor e nos meus planos eu risquei todos os nomes que não fossem o meu. Simplesmente, porque não há mais tempo para convencer o próximo de embarcar.
O sonho segue, o navio pode balançar, mas jamais afundar e, ao lado dele, eu afundei e bati no fundo do mar.
Ainda que o coração doa, que seja dificil olhar pra trás e ver os olhos dele, não dá pra evitar. Não tem como adiar.

A noite vazia conta com poucas horas disponiveis para quem deseja fazer tudo da vida e em alguns momentos, absolutamente nada.


Mesmo que eu peça desculpas, ele nunca vai sentir no coração a dor que o meu sente a cada batida ou a cada respiração. E, nem em dez anos vai entender o porquê foi tão dificil.

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